domingo, 9 de dezembro de 2012

MINHA PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE EXTENSÃO DA UFJF-2012.



E para o pré-aquecimento do meu tema uma imagem do fantástico mundo Melissa!!!


É muito prazeroso ter contato com este universo fantástico, lúdico em um estudo sobre cheiros.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PARCERIAS: UMA ALTERNATIVA PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL.

      Atualmente o que mais vemos são as formações de redes sociais para alcançar objetivos comuns e promover mudanças na forma de agir, de pensar e até mesmo na forma de trabalhar. Esta última que me motiva a escrever sobre o quanto faz diferença na vida profissional estabelecer parcerias e exercitar o compartilhamento de habilidades para alcançar objetivos similares ou até mesmo idênticos. A parceira de trabalho oferece novas oportunidade de solucionar desafios interdisciplinares, de avançar projetos através do complemento de habilidades, de poder olhar para um todo e descobrir novas formas de seguir e até mesmo sustentar os projetos. Desta forma que enxergo meus parceiros e tenho muita realização em provar que tudo que escrevi aqui no meu blog é fruto de vivência e pesquisa.
      Neste momento quero apresentar as parcerias que a cada dia me faz crescer com os "seus" desafios:

Empresa Júnior ASPECTO - Empreendimento Cultural

Este projeto foi idealizado por mim em 2008, quando cursava Artes na Universidade Federal de Juiz de Fora,  e até o momento estou orientando para a conclusão desta iniciativa inovadora. Esta que irá beneficiar muitos estudantes da faculdade de Artes e Design. A seguir  um resumo da proposta e para mais informações segue o endereço do blog deste projeto que está em fase de conclusão.

 “As diversas formas de expressão cultural constituem uma das principais riquezas do Brasil. O vasto impacto social da cultura, porém, não se resume à esfera da identidade. As manifestações culturais têm também uma dimensão econômica, constituindo um novo e poderoso front de desenvolvimento para o Brasil.”

   A Empresa Júnior ASPECTO adotará o conceito de economia do conhecimento utilizado pelo Ministério da Cultura para a formação da carta de serviços que serão prestados a sociedade. Visando o aprimoramento da formação acadêmica e profissional através do contato direto dos alunos com as regras do mercado gerando alternativas para o desenvolvimento de pesquisas apoiadas nas demandas de projetos de um empreendimento cultural.

   A reestruturação do ensino no Instituto de Artes e Design nos faz pensar em um projeto que acompanhe as mudanças, para se adequar às novas demandas dos cursos. Portanto, trabalhar com um empreendimento cultural será uma opção para conseguirmos integrar todas as novas especialidades, como: Artes Visuais, Moda, Design, Artes do Espetáculo e Música. E como conseqüência das ações, assim, provocar maior estímulo à qualidade dos serviços culturais com resultado de investimentos das ações de projetos governamentais e privados em nosso município.

http://aspectojr.blogspot.com.br/p/equipe_8.html


Encantos de Minas



Entre Nós

          Na Entrenós  possuo uma parceria no projeto, "Tratamento de Superfície de Crochê com Resíduos", este que foi classificado no 3° Prêmio Sebrae Minas Design de 2012. E atualmente auxílio na parte de identidade visual e no estudo de posicionamento de produto no mercado. São produtos luxuosos, com status de jóias é um desafio promissor!












Circuito Turístico Caminho Novo

       O projeto Circuito Turístico Caminho Novo é uma iniciativa pública-privada que tem como objetivo promover o turismo em Juiz de Fora, São Dumont, Simão Pereira, Matias Barbosa, Santana do Deserto, Antônio Carlos e Ewbank da Câmara. Recentemente estou colaborando em ações pertinentes ao design para a promoção de territórios. Aguardo muitos desafios pela frente!





http://www.caminhonovodeminas.com.br/



Mais informações

wanessabittar@yahoo.com.br

sábado, 6 de outubro de 2012

MINHA TRAJETÓRIA NO 3° PRÊMIO SEBRAE MINAS DESIGN


Hoje, quero divulgar em meu blog , um dos momentos mais significativos da minha trajetória profissional. A seguir, um roteiro de entrevista, que concedi  para a assessoria de imprensa do 3° Prêmio Sebrae Minas Design.


              

  1. Qual a importância, na sua visão, de participar de um concurso como o Prêmio Sebrae Minas Design?
Imagem da capa do catálogo do 3° Prêmio Sebrae Minas Design

Acredito que, a oportunidade de participar com projetos em editais de prêmios de instituições reconhecidas, traz vantagens para o profissional da criação. Visto que, o trabalho passa por uma análise criteriosa, realizada por jurados extremamente qualificados e formadores de opinião. E a crítica é um passo importante na carreira de um profissional de design, que deseja aprimorar cada vez mais, ter visibilidade e realização no que faz.







  1. Se você for premiado, o que acha que irá mudar em sua carreira?

Momentos antes da divulgação



Se eu for a vencedora no III Prêmio Sebrae Minas Design, tenho em mente, que irei vivenciar um momento de muitas conquistas e experiências significativas para minha carreira que apenas esta iniciando. E claro, irei viver algo que sempre acreditei: “SONHAR-REALIZAR”, nada é impossível se estamos preparados para saber como conquistar o que desejamos.






  1. Por favor, descreva o(s) projeto(s) com o(s) qual (s) concorreu?
Nesta edição do III Prêmio Sebrae Minas Design, participei com o projeto Curupira “Souvenir Ecológico” com o qual sou finalista na categoria brindes e materiais esportivos e também fiz parte da equipe do projeto classificado “Tratamento de Superfície de Crochê com Resíduos”. Ambos com apelo ecológico e com o resgate da valorização do trabalho artesanal através de uma releitura contemporânea e adequada as necessidades de um mercado que valoriza o produto “não padronizado”, mas, economicamente viável.


  1. Qual o seu objetivo com essa criação?

O meu momento no grande teatro do Palácio das Artes.
Meu objetivo inicial foi materializar minha pesquisa na área de souvenir, com uma proposta autenticamente brasileira e diferenciada no seguimento de produtos para tal finalidade. Através de pesquisas, leituras, visitas identifiquei uma carência de ousadia na apresentação do Brasil em suportes de lembranças e visualizei a oportunidade de começar a desenvolver propostas que estimula a conscientização sobre a cultura brasileira por um olhar contemporâneo e que tenha um processo de produção viável para este mercado.
  

  1. Quais os maiores argumentos para que a sua ideia seja produzida pelas empresas?
Acredito que ao apoiarem esta iniciativa estarão contribuindo para estimular a conscientização ambiental, cultural e a inovação em nosso mercado de souvenir e brindes e conseqüentemente conquistar mais público do próprio país para este mercado que tende a aquecer nos próximos anos.

  1. Como acredita que é possível viabilizar essa produção?
Acredito que seja possível viabilizar por meio de estudos de parcerias para produção e comercialização do projeto em âmbito nacional ou até quem sabe internacional. Estou aberta para propostas desde já!

  1. Quais diferenciais de mercado o seu projeto oferece para o setor/categoria a que foi proposto?
Identifico como principais diferenciais o apelo ecológico contextualizado com a conscientização sobre uma pequena parte do que é a cultura brasileira, no caso, o Curupira “duende das florestas tropicais”,segundo Cascudo. E também identifico viabilidade de produção para considerável retorno econômico do projeto, visto que, sua matéria-prima é composta em grande parte por resíduos não aproveitados em outros tipos de produções.

  1. Quais os seus planos para o seu projeto, isto é, pretende empreender com a sua criação? Como?
Este projeto é a indicação de que meus objetivos profissionais estão caminhando na direção de uma realização, aliás, chegar ao reconhecimento de finalista do III Prêmio Sebrae Minas Design , já é uma enorme conquista e sinaliza a potencialidade das minhas pesquisas de propostas para o seguimento. Pretendendo continuar investindo na idéia com parceria de trabalho que tenho no mercado e acredito muito na viabilidade de novas parcerias e contatos para o fortalecimento das inovações no mercado de brindes e souvenirs. 

Você pode conferir o meu projeto ....
Na Bienal Brasileira de Design, na Mostra " Prêmio Sebrae Minas Design", que está na galeria Arlinda Corrêa Lima - píso inferior, no Palácio das Artes em Belo Horizonte até o dia 31 de Outubro de 2012.





Para mais informações:









sábado, 8 de setembro de 2012

"SENSAÇÕES PÓS-MODERNA: O OBJETO DE MEMÓRIA E SUAS DIFERENTES REPRESENTAÇÕES"



A memória no contexto contemporâneo



O trabalho é um ensaio fotográfico sobre a representação da memória em um mundo cada vez menor e mais veloz. Devido às inovações tecnológicas existentes no espaço contemporâneo. 

Afinal, me questiono:

 “Qual é a experiência vivenciada, que habita o espaço da memória no homem contemporâneo?”

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domingo, 2 de setembro de 2012

O DESIGN E A COMUNICAÇÃO COMO ELO DE INTERDEPENDÊNCIA NA CADEIA PRODUTIVA DO ARTESANATO

O artesanato inserido no contexto capitalista não pode ter a sua cadeia produtiva atada a um caráter amador, afinal como um setor da economia, está sujeito às exigências do mercado. Deste modo, o artesão deve estar atento a critérios como qualidade, preço e
potencial cultural do produto. A amálgama entre comunicação e design sustenta a viabilidade destes critérios, além de contribuir para a sustentabilidade do processo. A atividade do design tem seu início com a análise crítica da potencialidade que a organização artesanal pode vir a ter com sua intervenção. Diagnosticada a situação, o profissional da área de design tem condições de desenvolver ações estratégicas no campo da qualificação da produção. De modo, a garantir os valores necessários para que o produto possa se configurar dentro dos padrões competitivos. Segundo Odécio Branchini:

Mesmo sendo uma produção artesanal, esta pode se amparar nas abordagens metodológicas dos processos de projeto de produto, bem como utilizar as ferramentas da gestão do design, na geração de soluções criativas e funcionais para os produtos desenvolvidos, além de uma consciência crítica de planejamento, organização e controle de projeto, antecipando-se às necessidades do cliente, de modo a encantá-lo, garantindo assim sua fidelidade (BRANCHINI, 2002).

Diante da estrutura proporcionada pela intervenção do designer, é necessário que se crie um canal a fim de trabalhar a formação do público ao qual se deseja atingir. A questão da identidade do produto passa a ser evidenciada na cadeia produtiva, assim destacando os valores intrínsecos que constituem a imagem do mesmo. O conceito de imagem empregado perpassa o caminho da idealização à materialização do processo. A Comunicação tem diversas interfaces que auxiliam na afirmação do valor dos produtos artesanais para o público consumidor.
Na atividade empresarial, a comunicação desempenha função de vender a "imagem" e propagar o status
existente no produto a fim de formar público. "A imagem institucional transforma-se em uma aura que recobre toda a empresa, e exala seus valores, seus princípios, sua filosofia- enfim, tudo aquilo em que é preciso crer para ver" (DUARTE, 2002, p.190 -191).

O marketing é uma ferramenta de aprimoramento da mensagem que é dada por meio de pesquisas sobre o mercado consumidor, o qual pretende se conquistar. Neste sentido, ele acompanha todas as fases da construção da identidade da organização empresarial. O possível olhar do consumidor sobre os produtos acompanha todo o processo de produção.
 A imagem como um jogo de sentimento, desejos, pulsões; enfim a psique do público consumidor. Nesse sentido, a imagem de uma empresa não está em si mesma, mas na visão que o consumidor e a opinião pública têm dela, e isso depende não tanto de atitudes concretas, da excelência de produtos e serviços, mas sobretudo da aura erigida pelo marketing ( DUARTE, 2002, p.191).

 Se a função do designer é gerir o desenvolvimento da criação, com a finalidade de obter resultados coerentes com as demandas do mercado contemporâneo, o da comunicação, com suas distintas atuações, é acompanhar a trajetória que engloba todo procedimento criativo, de modo a compreender e defender a identidade que o produto carrega em si. Assim sendo, a comunicação tem a autonomia de formar uma opinião pioneira sobre o que foi produzido, criando mecanismos para formar público, de modo a educar o seu olhar. Nas palavras de Ricardo Lima:

 Isso é informação, é formação do público, é educação de mercado. Então, eu vou criar um público para seu objeto e não o objeto para o seu público. Vou trabalhar com etiquetas de informação mostrando ao público que objeto é esse, mostrando ao público que é um privilégio possuir um objeto como esse. Que esse não é um objeto qualquer. Pelo contrário, esse objeto tem um cara, uma identidade, provem de determinado lugar, foi feito por determinada pessoa e ali, na etiqueta de venda, está o nome de quem o fez. Ele não é anônimo, não é descaracterizado, não é despersonalizado (LIMA, 2004).

O elo de interdependência entre o design e a comunicação dentro da cadeia produtiva do artesanato efetiva-se a partir de uma troca contínua de saberes em prol da expansão de mercado e consequentemente de público consumidor.

Fonte


TEIXEIRA, Raruza Keara, Bittar, Wanessa Dose. A interface entre o design e a comunicação na estruturação mercadológica das organizações artesanais. XV Congresso de Ciências da Comunicação na Região do Sudeste 2010 - Vitória- ES.

domingo, 5 de agosto de 2012

O PAPEL DO DESIGNER NO SETOR DO ARTESANATO

Sabe-se que o artesanato está inserido no contexto do sistema capitalista e no entanto não deve ter a sua cadeia produtiva com característica amadora, pois, como um setor da economia, está sujeito às exigências do mercado. Deste modo, o artesão deve estar atento a critérios como qualidade, potencial cultural e preço do produto. É neste momento que a parceria entre o designer e os artesãos vigora-se necessária a fim complementar e potencializar as idéias a serem colocadas no mercado. A esse respeito Branchini utiliza uma oportuna reflexão:

Mesmo sendo uma produção artesanal, esta pode se amparar nas abordagens metodológicas dos processos de projeto de produto, bem como utilizar as ferramentas da gestão do design, na geração de soluções criativas e funcionais para os produtos desenvolvidos, além de uma consciência crítica de planejamento, organização e controle de projeto, antecipando-se às necessidades do cliente, de modo a encantá-lo, garantindo assim sua fidelidade (BRANCHINI, 2002).


A atuação do Design social é recente no Brasil, iniciou-se por volta da década de 80, essa atividade vem contribuindo para aumentar consideravelmente a visibilidade dos produtos artesanais, pois, agrega valores ao sistema produtivo e traduz necessidades. A partir de uma intervenção sem hierarquias, os profissionais de design apontam referências e questões em torno das recentes tecnologias junto aos artesãos:

O designer deve educar, no amplo sentido da pedagogia onde o educador não sabe tudo, mas constrói o saber a partir das experiências, no sentido original do verbo educare, como retirar de. O designer, neste contexto, não atua diretamente no projeto do produto nem na sua confecção. Ele apóia todo esse processo, ajuda a estabelecer critérios e a particularizar e diferenciar o seu produto (FREITAS; COSTA; MENEZES, 2008, p.4000).

O design no contexto apresentado não é a atividade que concentra as habilidades somente no objeto, mas, sim no sistema como um todo. É uma ferramenta metodologia, de domínio do designer, que através de seus conhecimentos analíticos e potencial criativo relaciona os problemas e os meios existentes com critérios em processos, restrições e estratégias, para assim, sintetizar em soluções que melhor aproveitam das oportunidades e dos recursos acessíveis. Podendo o designer promover ações de "mediar tradição e inovação, produção e consumo, qualidades locais e relações globais" (KRUCKEN, 2009, p.17). Desta maneira, desenvolvendo iniciativas de projetos para promover a qualidade dos produtos, dos processos de fabricação e até projetar produtos e serviços para o desenvolvimento de territórios. Portanto as atividades do designer junto ao artesão fortalecem as ações da organização de artesanato, quando são executadas decisões resultantes de análise com caráter integrativo, assim, originando soluções materializadas ou não mais conscientes e adaptadas a capacidade do ambiente de trabalho do artesão.

Fonte

NUNES, Roberta C. Pereira; BITTAR, Wanessa Dose. A importância do planejamento estratégico do produto artesanal por meio do design de forma a potencializar o setor do artesanato. Encontro Mineiro de Engenharia de Produção- São João Del Rei - MG-2011.

sábado, 28 de julho de 2012

MESTRE VITALINO E SUA INFLUÊNCIA NA ESSÊNCIA DO ARTESANATO




Como já foi anteriormente discutido sobre a cerâmica figurativa não poderia faltar aqui um espaço dedicado ao grande artista popular, Mestre Vitalino, que com sua arte influenciou e modificou o comportamento de vida de muitas pessoas de sua região. E contribuiu para o desenvolvimento social e econômico do Alto do Moura, bairro localizado no município de Caruaru, a 132 km do Recife. Este que foi considerado pela UNESCO como o "Maior Centro de Artes Figurativas das Américas". Desta maneira o município ganhou forte identidade e ainda atraiu pesquisadores, turistas e empresários. A seguir um registro do portal que o bairro Alto do Moura ganhou pelo seu reconhecimento identitário.



Vitalino Pereira dos Santos, nasceu em 1909, em Caruauru, PE. Além de figureiro era músico. Ainda menino, aprendeu com a mãe, uma paneleira, a moldar o barro fazendo bichinhos, que depois vendia na feira. A seguir, começou a produzir figuras expressionistas e de forte dramaticidade, tendo como temas cenas do cotidiano, dos ritos de passagem e da vida das pessoas. Vitalino retrata as diversões do povo, como o maracatu, os tocadores de zabumba, de pífaro, de safona, ou a religiosidade com os santos, em especial São Francisco, e os presépios. Em seus trabalhos estão presentes também profissões, como vaqueiro, dentista, tipos do agreste, cangaceiros, anjos, padres, portanto, os vários elementos que compõem a rotina dos sertanejos. O humor e a poesia fazem parte da criação do mestre, que agrupou as figuras, criando conjuntos e situações anedóticas e líricas para amenizar as mazelas da dura vida do homem do sertão. (TIRAPELI, 2006, P.34-35)


Seu trabalho passou a ser conhecido nacionalmente em 1947, quando suas obras foram expostas pela primeira vez no Rio de Janeiro.
Assim de acordo com Zé povinho de Caruaru e das redondezas:


 Vitalino, é um interprete fiel dos seus sentimentos, fala com propriedade de sua vida e suas aspirações, através da modelagem do massapé retirado da vasante do rio Ipojuca. As figuras e bonecos reproduzem personagens tirados do seu limitado círculo de interesses, tratados num estilo particular, refletindo com clareza a cultura local da área em que ele sempre viveu. Ele não capta somente seu mundo e transporta para o barro, ele veicula, pela intencionalidade das suas composições, pelo efeito de certos artifícios de atitude ou exagero de particularidades, ou ainda através das suas histórias, os valores do mundo, seja ele, estético, morais, sociais, religiosos. viveu. (BELTRÃO, 2001, p.244 e 245)

Estes registros condicionaram Vitalino a ser em sua região um interprete do povo, ou seja, um líder de opinião ficando para a história regional desde 1963. Hoje sua casa se transformou na Casa- Museu Mestre Vitalino, que exibe os objetos do mestre, suas ferramentas de trabalho, incluindo o forno rústico e circular onde realizava a queima do barro.


Vitalino, utilizava de diversos artifícios para propagar suas experiências e aprimorar sua relação com o espaço em que vivia. É somente observar as cenas e ver que nada é ingênuo, repare nas expressões, nas proporções dos personagens, nas representações das vestimentas, ou seja, cada representação possui uma história. Como exemplo, pode-se observar, que as vestimentas na maioria das vezes faz referência a chita e que, segundo pesquisa retirada do livro Imaginário Pernambucano:


A chita foi criada na Índia e chegou ao Brasil através da colonização portuguesa. As estampas da chita à moda brasileira só foi possível quando Portugal permitiu a impressão de tecidos no Brasil. Aqui, ocorreu uma versão tupiniquim do tecido que, por ter sido negociado à preço baixo, logo caiu no uso popular e se integrou ao folclore nacional. Exemplo disto são as roupas dos brincantes de bumba-meu-boi, coco-de-roda, os bacamarteiros etc. A importância que o tecido de chita tem para a arte figurativa do Alto do Moura pode ser percebido nas cores que são pintadas as roupas dos bonecos. São cores puras, como o verde, amarelo, vermelho e azul a formarem grandes estampas florais e desenhos ingênuos. Tais cores passaram a tingir diretamente o barro com a mesma estamparia do tecido. (ANDRADE et al, 2006,p.60)


Pode-se então, visualizar por meio de seus trabalhos, que tudo comunica: passagens, fatos e historias de matéria-prima que também compõem o seu espaço. Portanto a importância em destinar um espaço da pesquisa para este Mestre que tanto contribuiu para o desenvolvimento sustentável e a independência simbólica do lugar em que viveu e conseqüentemente para a essência do que é o artesanato. Ou seja, um fazer fundamentado e sempre aprimorando a relação com o espaço em que se vive.

Fonte

BITTAR, Wanessa Dose, O artesanato e suas contribuições para a idenpendência simbólica e para o desenvolvimento sustentável a partir do meio de Folkcomuicação. XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação- "O Artesanato como processo Comunicacional", Juiz de Fora- MG.


A CERÂMICA FIGURATIVA


De acordo com estudos históricos, a produção de cerâmica teve origem das tradições indígena, portuguesa e a influência dos negros, que incrementaram as formas e a imaginação dos ceramista figureiros. Sendo Pernambuco o estado de destaque para a tradição da arte figureira, que perfeitamente expressam o cotidiano das pessoas. Na cidade de Caruauru, no bairro do Alto do Moura, encontra-se a representação dessa arte, sobretudo aqueles que foram influenciados pelo Mestre Vitalino, destacando-se Zé Caboclo, Manuel Eudócio Rodrigues e Manuel Galdino de Freitas. Que em suas artes representavam cenas do cotidiano pernambucano. E a produção ceramista deste lugar estruturou-se de forma tão poética, que por vezes, nos trabalhos possuem papéis enrolados com versos. Já na cidade de Tracunhaém- PE, duas santeiras merecem destaque: Antônia Vieira (Toinha) e Antônia Bezerra Leão. É importante mencionar nesta pesquisa algumas outras áreas pelo Brasil que também se expressam através desta manifestação artística são elas: Bahia, Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Vale do Paraíba paulista e Goiás.


Na Bahia, o artesanato utilitário se integra as figuras de animais, como boizinhos, caranguejos, tartarugas. Em Alagoas, na cidade de Capela, o artesão João das Alagoas transforma o barro e a madeira em santos e imagens de animais. No Ceará, em Juazeiro do Norte, cidade que vive do artesanato, se destaca a família Três Marias. Esta que incentivada anteriormente por Padre Cícero, produz peças em pequena escala, com estilo naif, pintadas com cores fortes. Em Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, tem-se figureiras distribuídas por várias localidades. Que produzem bonecas de grandes dimensões, representam cenas da vida feminina e ainda os homens são representados como homens-cães ou joões bobos - sendo estes bonecos de forma redondas. Na região do Sudeste, no Vale do Paraíba paulista, há figureiras que criam, pavões, figuras de santos, presépios e outras. E por último, Goiás, o artista Antônio Poteiro se destaca na produção de potes com cenas da vida de Cristo e pinturas repletas de anjos. (TIRAPELI, 2006, p.36-37)

Dentro desta temática os mercados difusores dessas idéias que mais se destacam são: o Mercado Modelo e a feira de São Joaquim, no bairro da Ribeira, em Salvador que vendem artesanatos dos estados nordestinos e o Mercado de Taubaté, considerado o melhor centro do artesanato, desta região rica em café. Dessa forma, observasse o quanto à cerâmica figurativa está presente no Brasil, com seus diversos repertórios no registro das idéias e a importância de sua contribuição social e simbólica para o território brasileiro.

Fonte

BITTAR, Wanessa Dose, O artesanato e suas contribuições para a idenpendência simbólica e para o desenvolvimento sustentável a partir do meio de Folkcomuicação, XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação- "O Artesanato como processo Comunicacional", Juiz de Fora- MG.


domingo, 22 de julho de 2012

AS ORIGENS DA ARTE POPULAR NO BRASIL



A arte popular possui características muito amplas, ou seja, comporta todas as diversidades das manifestações artísticas do povo brasileiro e revela a sabedoria popular. Há exemplo de que dos indígenas, os artesãos herdaram toda a sabedoria do trançado de fibras, no tempo certo da queima da cerâmica e no uso das tintas vegetais e minerais. Dos africanos, os mestres artesãos continuam a produzir esculturas em madeira com aplicações em metal, como fazia na África. Dos artífices portugueses herdaram o trabalho com encaixes de madeiras. A seguir uma parte do breve resgate histórico feito por Percival Tirapeli:

Nos quatro primeiros séculos da cultura Brasileira, os trabalhos de natureza inventiva tiveram influência dos índios, negros e portugueses. Assim, foram construídas as igrejas, e suas interessantes decorações barrocas foram ensinadas especialmente pelos jesuítas. Cada ofício tinha uma confraria à maneira medieval, com seu santo protetor- a dos marceneiros e escultores em madeira, à qual pertencia o Alejadinho, era a de São José. No século XIX, com a vinda dos imigrantes, esse universo inventivo ampliou-se com novas técnicas e materiais de toda espécie. Os italianos colaboraram consideravelmente na fabricação dos móveis artesanais e na ornamentação arquitetônica, ensinados no liceus de artes e ofícios. Os alemães trabalharam com mecanismos, fundições e vidrarias; os japoneses, com dobraduras em papéis, os ucranianos, com delicadas pinturas em ovos de Páscoa, e os açoreanos, com têxteis e rendas. [...] (TIRAPELI,2006, p.24-25).

 Nota-se que a arte popular é a expressão de uma vivência particular de uma coletividade e dessa forma torna-se importante o estudo do processo de comunicação advindos desta temática. Pois é através do resgate de raízes que compreendemos o que já se passou, o que vivemos e aceitamos sem questionamentos. 

Além dos fatos históricos como o processo de organização dos trabalhos e entradas de imigrantes é justo destacar a matéria-prima. Pois, os materiais influenciam diretamente  na caracterização de determinadas regiões é o que define por vezes as manifestações artísticas exclusivas de um lugar, assim, formando as identidades regionais através das pessoas que utilizam a matéria como veículo de expressão.
 No Brasil a madeira, a argila, as fibras e as palhas estão presentes praticamente em toda parte de seu território. Mas no caso do couro, estes são localizados em regiões de agropecuária; as pedras semipreciosas ou pedra-sabão encontram-se nas zonas de mineração, como Minas Gerais; e as areias coloridas, são encontradas nas praias do Nordeste. E todas essas particularidades conferem significados na comunicação final do objeto apresentado e, portanto, a origem transforma o que vemos em algo mais compreensível. Assim, essas origens permanecem acessíveis através de Centros, Museus e também com a ajuda de iniciativas privadas, são alguns: Centro Cultural Dragão do Mar, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/ Museu do Folclore Edson Carneiro, Cerâmica do Rio, Instituto Itaú Cultural, Museu Afro Brasil, Museu Casa do Pontal, Museu do ex-voto do Senhor do Bonfim e por último o Museu do Homem do Nordeste.

Esta iniciativa de preservação das contribuições de concepções populares confere ao Brasil um rico material sobre o estado social de sua população em diversos momentos de sua história e inclusive a compreensão do que se vive hoje.

Fonte

BITTAR, Wanessa Dose, O artesanato e suas contribuições para a idenpendência simbólica e para o desenvolvimento sustentável a partir do meio de Folkcomuicação, XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação- "O Artesanato como processo Comunicacional", Juiz de Fora- MG.


sábado, 21 de julho de 2012

AS PARTICULARIDADES DO PRODUTO CULTURAL ARTESANATO

A atividade artesanal é datada do período neolítico (6.000 a.c). O ato de polir pedras, a criação de utensílios para armazenar alimentos ou a pintura em paredes pode ser considerada as primeiras manifestações artesanais e culturais (CHITI, 2003). Desta forma, compreende-se que o artesanato tem sua origem com a história da humanidade, sendo as primeiras formas de representação do homem de modo a superar as adversidades de seu meio. 

 No dicionário Aurélio: o verbete artesanato, possui a seguinte definição: artesanato vem de artesão e significa a técnica, a arte do artesão; o produto do trabalho do artesão; o conjunto de objetos feitos artesanalmente; local onde se prática ou se ensina o artesanato. Neste assunto são vários os pesquisadores que se dedicam a pensar direto ou indiretamente sobre as particularidades do artesanato, como referência, adotou-se as contribuições de Heliana Marinho3, Stuart Hall4, Peter Drucker5 e Eduardo Barroso6 como facilitadores na compreensão do presente estudo. Mas não só pesquisadores são interessados na área de artesanato, identifica-se, que o governo também investe por razões estratégicas. Pois a atividade além de ser importante para o desenvolvimento cultural do território é economicamente interessante para um país, porque, gera renda, divulga sua cultura, estimula a consciência sobre a preservação do meio ambiente e ainda proporciona a inclusão social através do trabalho. A fim de subsidiar o Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro, foi publicado no Diário da União pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em outubro de 2010, os aspectos legais, que caracterizam o artesanato da seguinte forma:

ART 4°- ARTESANATO – artesanato compreende toda produção resultante da transformação de matérias-primas, com predominância manual, por indivíduo que detenha o domínio integral de uma ou mais técnicas, aliando criatividade, habilidade e valor cultural (possui valor simbólico e identidade cultural), podendo no processo de sua atividade ocorrer o auxílio limitado de máquinas, ferramentas, artefatos e utensílios. Seção 1° Não é ARTESANATO:

I- Trabalho realizado a partir de simples montagem, com peças industrializadas e/ou produzidas por outras pessoas;
II- Lapidação de pedras preciosas;
III- Fabricação de sabonetes, perfumaria e sais de banho, com exceção daqueles produzidos com essências extraídas de folhas, flores, raízes, frutos e flora nacional; 
III- Fabricação de sabonetes, perfumaria e sais de banho, com exceção daqueles produzidos com essências extraídas de folhas, flores, raízes, frutos e flora nacional;
IV- Habilidades apreendidas através de revistas, livros e programas de TV, dentre outros, sem identidade cultural;


Seção 2 ° No artesanato, mesmo que as obras sejam criadas com instrumentos e máquinas, a destreza manual do homem é que dará ao objeto uma característica própria e criativa, refletindo a personalidade do artesão e a relação deste, com o contexto sociocultural do qual emerge. [...] (DIÁRIO, 2010, p.100). Segundo Stuart Hall no livro Da diáspora:

 O produto artesanal tem em sua essência uma criação pautada pelo trabalho individual, hábil e criativo, que retoma não só o tecnicismo empregado pelos ancestrais como também valores enraizados nas relações interpessoais. O que o torna diferente, fascinante para o "olhar" de mercado, adestrado às inúmeras necessidades e desejos de seus consumidores. E esta "fascinação com a diferença" possibilita uma articulação entre o global e local, em detrimento de uma rigidez sobre o comportamento das identidades locais. O que não pressupõe a destruição das mesmas, mas uma rearticulação quanto à sua forma de estar e se fazer presente no mundo, gerando "novas identificações globais e novas identificações locais (HALL, 2001, p.78).

 Esta reflexão de Stuart Hall também se articula ao pensamento de Peter Drucker quando menciona que: "O equilíbrio de uma sociedade está em sua capacidade de compatibilizar tradição com modernidade, passado com futuro" (DRUCKER, s.d). Há exemplo do Japão, que apesar de seu significativo progresso em pesquisas e tecnologia, os japoneses preservam práticas, costumes, rituais e valores tradicionais, utilizando-se de diversificados artefatos cujo valor simbólico é maior que a função. Desta maneira o passado serve de referência para o presente, ou seja, estabelecendo o equílibrio da sociedade como Peter Drucker menciona em sua frase. Segundo Heliana Marinho para conceituar o artesanato é: [...] preciso aprofundar na história da humanidade e fazer uma releitura da história, que determinou culturas; dos medos, que impulsionaram mudanças; das estratégias de sobrevivência; dos desafios de aprendizagem; das formas de dominação e divisão do trabalho; e, por último, dos artifícios para o desenho e a construção do próprio tempo. Pois, são elementos que compõe a produção artesanal. Já de acordo com Eduardo Barroso: o artesanato é o produto de maior valor agregado, onde a habilidade, destreza e capacidade sejam traduzidas em peças únicas, impossíveis de serem reproduzidas pelos meios de massa de produção e que contem uma história. No entanto, essas conceituações e interpretações a cerca do que é o artesanato, torna possível compreender suas particularidades e o seu potencial enquanto meio de expressão para diferenciadas circunstâncias sociais. Seja ela na determinação de contornos simbólicos ou mesmo em desenvolvimento territorial sustentável.

 3 Heliana Marinho é consultora do SEBRAE do Rio de Janeiro e gerente de desenvolvimento da Economia Criativa.. 4 Stuart Hall é um teórico jamaicano que estuda principalmente questões de hegemonia e questões culturais. 5 Peter Drucker filósofo e economista de origem austríaca, considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenomeno dos efeitos da Globalização na economia em geral e em particular nas organizações. 6 Eduardo Barroso possui sua formação em design e iniciou o movimento do design social no Brasil na década de 80 participando na formação do Programa de Artesanato do SEBRAE e também prestando consultoria ao CNPQ sobre questões relacionadas a área de artesanato.


Fonte

BITTAR, Wanessa Dose, O artesanato e suas contribuições para a idenpendência simbólica e para o desenvolvimento sustentável a partir do meio de Folkcomuicação, XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação- "O Artesanato como processo Comunicacional", Juiz de Fora- MG.

 

domingo, 15 de julho de 2012

A CRIAÇÃO DA TRADIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL


    Muitos são os lugares "privilegiados" que utilizam da tradição para alavancar o desenvolvimento territorial. Mas seria a tradição algo sagrado e prestígio de apenas alguns lugares? Como a tradição pode se tornar presente? Inicialmente, é necessário compreender o conceito de tradição, que segundo o filosofo Gerd Bornheim a palavra: vem do latim: traditio. 

   "O verbo é tradire, e significa precipuamente entregar, designa o ato de passar algopara outra pessoa, ou passar de uma geração a outra geração. Em segundo lugar, os dicionaristas referem a relação do verbo tradire com o conhecimento oral e escrito. Isso quer dizer que, através da tradição, algo é dito e o dito é entregue de geração a geração."
  De acordo com o que foi mencionado acima e com base em conhecimentos previamente adquiridos com o estudo, sabe-se que a tradição pode se apresentar de duas formas: como algo conservado por mestres e passadas de mestres a aprendiz ou como "tradição" recente que foi criada por um grupo social que conseguiu retomar saberes antigos ou que foram capazes de se apropriar de saberes e de fazeres trazidos por mestres de outros lugares. Sendo esta última, mais do que somente cópia, mas uma reestruturação sociocultural. 


  Para caráter de exemplo se tem que a tradição preservada encontra-se na tecelagem em tear e nos santeiros localizados na região das Vertentes. No exemplo da criação de novas tradições pode-se mencionar: o estanho em São João Del Rei, Tiradentes e Prados com um diversificado artesanato e Bichinho próximo a Tiradentes, com sua serralheriaartística e suas esculturas em madeira, que compõem as atividades da Oficina de Agosto que foi idealizada pelo antiquário conhecido na região por Toti. 

  A seguir um trecho de entrevista concedida a pesquisadores da UFSJ- Unitrabalho, em 14/10/1999, que relata de onde originou-se a tradição dos decoradores e restauradores de móveis de São João Del Rei:

  Meu pai... é...meu pai é, ele era tecelão, ele trabalhou na fábrica de tecidos, não é?; e... num belo dia apareceu um francês, até não me lembro agora o sobrenome dele, só que era Paulo, mas é... então ele tava procurando uma pessoa que soubesse pintar, que tivesse um pouco de habilidade na pintura, né, de trabalhar com tinta. E... então ele começou a trabalhar com esse francês, esse francês começou a passar algumas técnicas pra ele, pra... pra envelhecimento de móveis e eu com, com, com onze anos comecei a trabalhar com ele, com esse francês lá também. E nos fomos aprendendo técnicas e aperfeiçoando nosso trabalho. Ele passava muito desenho pra gente, entendeu? Moldes... e a gente também criava alguma coisa em cima daquilo, a gente não ficava só naquele molde, naquela...; em cima daquele molde a gente criava mais alguma coisa, entendeu?... e depois começou a partir pra esses, pra esse lado mineiro da coisa.. pintura de roça, aqueles móveis com, com galinhas, com vários motivos de fazenda... entendeu? É. Então a gente trabalha até com Terra, entendeu? Terra, tinta que a gente tira de argila, de variedades de coisas que a gente trabalha.(ABREU, 2007, p.205--206)

Nota-se nesta entrevista, que a tradição é iniciada por um indivíduo, que se predispõem a passar um conhecimento e que com o tempo já foi reinventada e continua viva na região. Constituindo-se como um ativo econômico para o local e conseqüentemente contribuindo para a afirmação da identidade e o desenvolvimento territorial, assim, conferindo-se como grande atrativo para turistas, pesquisadores, empresários e públicos afins.


É importante frisar que a tradição pode ser inventada a todo o momento, mas, o que lhe permite permanecer no tempo é o grau estratégico de como ela é transmitida, se ela possui espaço para o aproveitamento de recursos que o território oferece e principalmente se o conteúdo beneficia o movimento da expressão de idéias no ritmo das mudanças de gerações que consequenemente possuem necessidades comunicativas diferentes.


Fonte

BITTAR, Wanessa Dose, O artesanato e suas contribuições para a idenpendência simbólica e para o desenvolvimento sustentável a partir do meio de Folkcomuicação, XIV Conferência Brasileira de Folkcomunicação- "O Artesanato como processo Comunicacional", Juiz de Fora- MG.